O Que é Património Imaterial?
O Património Cultural Imaterial é constituído por práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, grupos e indivíduos reconhecem como parte integrante de sua cultura.
Ele inclui:
Tradição Oral: Contos, lendas, provérbios e histórias transmitidas oralmente.
Expressões Artísticas: Danças, músicas, cantos e formas de teatro tradicionais.
Práticas Sociais e Rituais: Festas, celebrações religiosas, ritos de passagem e cerimónias culturais.
Conhecimentos e Saberes Tradicionais: Técnicas artesanais, medicina tradicional e métodos agrícolas.
Práticas Culinárias: Saberes ligados à gastronomia e à preparação de alimentos típicos.
O património é dinâmico, sendo constantemente recriado e adaptado pelas comunidades ao longo do tempo.
Propósitos do Sector
O sector do Património Cultural Imaterial em Angola busca:
Salvaguardar as tradições culturais angolanas, garantindo a continuidade de práticas e saberes ancestrais.
Reconhecer e valorizar a diversidade cultural como fator de coesão social e identidade nacional.
Promover o reconhecimento internacional do património imaterial angolano através de candidaturas à lista da UNESCO.
Sensibilizar a sociedade sobre a importância de preservação das práticas da cultura imaterial que refletem a riqueza e autenticidade de Angola.
Fomentar o desenvolvimento sustentável por meio do turismo cultural e das indústrias criativas ligadas às tradições.
Planos em Curso
Atualmente, o governo angolano, em parceria com a UNESCO, está a implementar diversas ações de salvaguarda do património cultural imaterial.
Entre os principais planos estão:
Inventário do Património Imaterial: Identificação, documentação e mapeamento das expressões culturais, tradição oral e saberes em todas as províncias do país.
Formação e Capacitação: Programas de formação para profissionais angolanos em documentação e salvaguarda do património imaterial.
Promoção de Práticas Tradicionais: Apoio a festivais culturais, feiras de artesanato e eventos que valorizam o património imaterial.
Sensibilização da Comunidade: Campanhas de consciencialização junto das comunidades locais para promover a importância de preservar as suas tradições.
Educação Patrimonial: Integração da valorização do património cultural nos currículos escolares, incentivando a juventude a apropriar-se e perpetuar as suas tradições.
O Que Já Foi Feito
Nos últimos anos, Angola obteve avanços significativos na valorização do seu património cultural imaterial, podemos destacar
Inscrição do Sona, em 2023, ele é composto por desenhos e figuras geométricas na areia, típicos do povo Lunda Tchokwe, foi classificada pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Documentação de Práticas Tradicionais: Registo audiovisual e escrito de danças tradicionais, rituais e músicas típicas das diversas comunidades.
Promoção de Festivais Culturais: Apoio a eventos como o Festival Nacional de Cultura (FENACULT), que celebra as manifestações culturais angolanas.
Participação em Programas da UNESCO: Integração em ações internacionais para a proteção do património imaterial, alinhando-se às melhores práticas globais.
Lista Indicativa
Para o futuro, Angola pretende expandir as suas ações no âmbito do património cultural imaterial, com iniciativas como:
Estudos sobre o Semba, é um género de música e de dança tradicional de Angola muito popular.
Inscrição de Elementos Culturais na Lista Representativa da UNESCO: Submissão de práticas culturais angolanas, como a Tchikumbi (rito de iniciação), danças tradicionais e saberes artesanais, para reconhecimento internacional.
Digitalização de Arquivos Culturais: Criação de bancos de dados digitais para registrar e divulgar o património imaterial angolano em larga escala.
Valorização da Gastronomia Tradicional: Promoção dos pratos típicos angolanos como parte integrante do património cultural.
Apoio às Comunidades Guardiãs: Implementação de programas de apoio financeiro e técnico para as comunidades que preservam práticas culturais ancestrais.
Criação de Políticas de Salvaguarda: Reforço das políticas nacionais de proteção do património imaterial, alinhadas com as diretrizes da UNESCO.